sábado, 31 de outubro de 2009

O sol nosso de cada dia

Dá até uma emoção! Dias como hoje fazem a gente se entusiasmar com a vida. Tá, eu sei que a chuva é necessária e que cada estação tem o seu clima. Sei que hoje em dia, com a interferência do ser humano no meio ambiente já não é possível identificar a estação que estamos. Mas convenhamos, um dia de sol é um dia de sol!

Hoje acordei antes da hora. A claridade do sol na janela do meu quarto convidava para um dia diferente. Não chovia e não estava frio, enfim! E ainda mais: era sábado!

Tudo bem, foi um dia corrido. Saímos prá comprar cortinas para nossa casa (meu Deus, como isso dá um trabalho!) e voltamos prá casa no finalzinho da tarde. Agora à noite estamos sossegados curtindo nossa vidinha de casal.

Amanhã é domingo e depois de amanhã é feriado! Quer mais? Pena que não pudemos descer para a praia.

Todos os dias deveriam ser assim...

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Um conto do caminho...


Andar sempre parecia perigoso. Havia muitas pedras no caminho. As paisagens, lindas por sinal, tentavam distrair sua atenção, mas ele estava resoluto. Não cederia à beleza do sol, ao cantar dos pássaros, às flores que brilhavam à margem da estrada e aos desvios que convidavam para o inesperado.

Já tinha decidido o seu rumo. Seu destino já estava traçado. Tinha fé nas promessas que ouvira desde a infância e estava convicto de que estava na direção certa. Ao longo da caminhada procurava atrair outros para si e convencê-los a juntarem-se a ele. A maioria não o seguia, embora alguns cedessem à sua persuasão. Todos o ouviam com atenção e até caminhavam por alguns metros com ele mas logo se distraiam. Crianças à beira da estrada sorriam, chamavam pelo seu nome como que convidando-o à diversão. Mas ele desviava o olhar.

Depois de tanto caminhar, parou um minuto para descansar. Estava exausto e o suor fez com que sua camiseta grudasse no corpo, causando incômodo e náusea. Estava com sede. Seu cantil se esvaziara e a comida que trazia na mochila tinha se estragado.

Não muito distante observou um pequeno riacho. A água parecia límpida e fresca. A luz do sol produzia reflexos que cintilavam com o mover da correnteza. Hesitante, ousou sair do caminho e ir em direção ao riacho. Encheu o cantil e bebeu vagarosamente, procurando saborear cada gota que descia para o seu corpo. Bebeu uma vez, duas, três... até que sentiu-se saciado.

Repentinamente ouviu vozes infantis. Logo, crianças o rodearam, de mãos dadas, cantando uma canção que ele achava já ter ouvido quando era pequeno. Um cãozinho pulou para ele como que chamando-o para brincar. Acariciou o animal e, para sua surpresa, sentiu-se muito bem. Uma mão no seu ombro o fez voltar-se para trás. O homem que sorriu para ele era muito parecido com alguém do seu passado mas não conseguiu lembrar-se quem era. Apoiando-se no seu ombro, o indivíduo, que mancava de uma perna, caminhou com ele em direção a algumas árvores e começou a contar-lhe uma história. A história parecia familiar mas não tinha certeza se já a tinha realmente ouvido alguma vez.

Aos poucos outros se juntaram a eles e de repente tudo parecia uma festa. Alguns dançavam e falavam com ele como se já o conhecessem há muito tempo e como se sempre tivessem convivido juntos.

Quando veio a noite todos se recolheram e ele ficou só, à beira do riacho. Ali, sob a luz da lua e ao som do canto de uma coruja, sentiu solidão. Preocupado, lembrou-se do caminho. Vagarosamente pôs-se a caminhar em direção à pequena estradinha onde, de longe, viu alguns. Quando se aproximou, ninguém pareceu notar sua presença. Uns poucos sussurraram seu nome, chamando-o para se juntar a eles.

Parou a uma certa distância. Sentou-se calmamente na grama. Um misto de ansiedade e alegria reprimida o dominava. Resolveu ficar ali mesmo. Não sabia o que a manhã lhe traria mas parecia não querer ter certeza de mais nada.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Ao meu Pai...

A maioria das pessoas se espelha em alguém. Acho que cada pessoa tem alguém que admira, procura imitar e seguir os passos. Pode ser até de maneira inconsciente, mas em algum momento da vida nós adaptamos o nosso jeito de ser ao daquela pessoa que admiramos e que se tornou um modelo do que gostaríamos de ser.

Já tive muitas pessoas que admirei e que procurei imitar. Meu pai foi o primeiro destas pessoas. Porém, conforme fui crescendo meu pai deixou de ser esse referencial e seu lugar foi tomado por outras pessoas que fui conhecendo ao longo dos meus mais de 30 anos: amigos, professores, esportistas, pastores, colegas de trabalho. A inteligência, o caráter e a qualidade de muitas pessoas que conheci me fizeram amadurecer, formar meu caráter e incentivaram meu crescimento moral e intelectual.

É engraçado ver que agora, com 37 anos de idade, casado e ainda sem filhos, eu me veja tão parecido com meu pai - no meu jeito de falar, nas minhas atitudes, nas minhas preocupações e na prudência com que levo minha vida pessoal. Às vezes demora prá percebermos que nossos "velhos" estão com a razão.

É interessante, também, pelo fato de ter casado com uma mulher que tem uma ligação muito forte com o seu pai, que é um exemplo de homem para ela.

Meu pai é um exemplo para mim. Temos discordâncias ainda, mas nunca senti tanta necessidade dos conselhos e da presença dele como agora. Nunca tivemos o costume de dizer coisas carinhosas um para o outro mas hoje não tenho vergonha de dizer publicamente que o amo.

Senti a necessidade de publicar isso neste Blog hoje. Talvez eu esteja com saudades dos tempos de criança quando dependia totalmente dele.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

"Deus proíbe pedir bênçãos materiais"

Não, esta afirmação não é minha. Ela pode ser encontrada em um vídeo postado no You Tube. Trata-se de um sermão ou, como prefere o autor, de uma reflexão sobre o tema da Oração.

Meus pais são evangélicos e desde criança freqüentei a mesma igreja que eles. Como até hoje freqüento e sou membro de uma igreja evangélica, os temas ligados à espiritualidade chamam minha atenção.

Não há como ignorar o crescimento dos evangélicos no Brasil e sua invasão na mídia. A televisão e a internet ampliaram a visibilidade deste grupo religioso que, a alguns anos atrás, estava concentrada somente em rádios AM.

Com a explosão do movimento, os evangélicos adotaram um discurso triunfalista que tomou conta até mesmo dos grupos mais conservadores. Ser crente é estar acima das circunstâncias. Prá ser sincero, não aguento mais as mensagens transmitidas nas músicas cantadas nos cultos e nos sermões, esbravejados em alto som, de que Deus está pronto para atender às nossas necessidades - especialmente no que diz respeito às nossas finanças. Uma mesmice irritante que às vezes me faz pensar que estou perdendo o meu tempo indo à igreja.

Minha memória não me ajuda, mas me parece que nos cultos que eu assistia com meus pais na congregação da Assembléia de Deus - Planta Uberaba (hoje chamada Hauer-Boqueirão, não gosto deste nome) não havia esta obsessão em afirmar e provar que Deus "é fiel" e está pronto para "restituir o que era meu" (ou será que já era assim e eu não lembro?). Até então o que incomodava nas igrejas era o discurso moral e legalista que, aliás, ainda prevalece. Mas hoje ele é associado ao status do indivíduo: se você não é "abençoado financeiramente" é porque deve estar em falta com o Senhor.

É por isso que uma mensagem que vai totalmente de encontro a esta onda que tomou conta do mundo evangélico soa como uma verdadeira profecia para uma geração que perdeu o seu rumo.

Aconselho todos a ponderar sobre a mensagem. No mínimo ouvirão algo diferente do lugar comum que é apregoado na quase totalidade dos púlpitos de hoje.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Apenas o começo...

Sou apaixonado pela leitura. As palavras me fascinam desde que aprendi a ler. Na escola primária era um dos freqüentadores mais assíduos da biblioteca. Não tenho idéia de quantos livros eu li naquela época, mas coleções como a série Vaga-Lume e clássicos como "As Aventuras do Barão de Munchausen" ficarão para sempre na minha mente.

Naquela época comecei a ler gibis das coleções de Tintim e Asterix. Simplesmente maravilhosos! Ainda hoje quando encontro algum exemplar destes personagens não resisto a tentação de dar uma folheada.

Outro personagem que me fascinou foi Arsene Lupin, o "Ladrão de Casaca". As histórias escritas por Maurice LeBlanc em tom de biografia impressionavam pela inteligência e criatividade do protagonista, que esbanjava charme e inteligência em tramas muito bem desenhadas. Acho que li todos os exemplares disponíveis na Biblioteca Pública do Paraná.

Com o tempo meu apetite pela leitura foi diminuindo. Acho que ficou meio dividido com a apreciação pelo cinema que adquiri através da amizade de colegas loucos por essa arte. Acho que tenho um bom gosto por filmes, ou melhor, tenho meu gosto pessoal. Para mim, filmes são como uma boa leitura. Precisa ter sentido, mensagem, conteúdo.

Começar este blog é concretizar um desejo de ir além da leitura. É sentir o gosto do escritor e até do roteirista de cinema. Quero expressar minhas idéias, pensamentos, reflexões. Quero experimentar a sensação da escrita, contar histórias e estórias.

Sobretudo, quero conjugar o verbo que, talvez alguém já tenha criado, mas que ouso apropriar a este blog: esperançar.

Meus posts serão reflexo dos meus sentimentos, das minhas alegrias, das alegrias de outros e até das minhas frustrações. Um compartilhar honesto, verdadeiro e humano.